sábado, 28 de fevereiro de 2009

Ela


Ela, atrasada, cruza a sala de aula carregando a enorme mochila nas costas e uma caixa de Carlton no bolso ao lado. O ar agressivo e o semblante exalava um mistério que provocava medo e encanto. Seu olhar, a roupa, a postura... Tudo realçava a sua beleza original. Ali mesmo eu antevi uma parte do que nós iríamos viver. E ainda fomos muito além.

Bom era sair pra dançar até Ela me carregar de volta pra casa. A nossa casa. Dividimos o mesmo teto! Nunca vivenciei tanto em tão pouco tempo... Mas o que eu cria durar ainda alguns anos está se mandando pra Brasília. Até ontem, eu ainda não acreditava nisso e torcia para Ela ficar. Já entendi as razões. Ela se vai mesmo. Da vida, o doce e o amargo. Sentirei falta dEla, da conversa fiada no boteco da esquina e de corrermos (como) loucos na madrugada silenciosa de Icaraí (risos). É moça, sentirei saudades. Vez ou outra ainda ouço Ela tocando guitarra no quarto dos fundos.




4 comentários:

  1. Fernando Pessoa disse que tudo o que chega, chega sempre por alguma razão. É clichê... mas não deixa de ser verdade por isso! Enfim... o texto é bonito e espero que saiba lidar com a separação, Rapha.
    Se cuida.

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  2. É vero. Geralmente eu me saio bem nas adversidades, mas aquela saudade fica.

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  3. um poema sobre mim, nunca poderia imaginar...obrigada, rapha!saudade da nossa casa, saudade da nossa vidinha. às vezes penso que os loucos ao seu redor não deveriam ter te mostrado tanto...mas agora já foi e a maior parte está se mandando. é duro constatar que não vai restar nada do velho...mas passa!!!tem coisa nova na área, aliás, põe nova nisso! foi bom enquanto durou, pense assim. um beijo!

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  4. De qualquer maneira a vida ia me mostrar, mas eu fiz um curso intensivo!rs. E sim, na lembrança fica a imagem do sorriso [em pausa].

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